Espero que gostem.....acreditem que vale a pena...uma preciosidade dentro da temática DISLEXIA
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Ponto de chegada: a definição do currículo
Conhecer o que os alunos precisam saber (as chamadas expectativas de aprendizagem) facilita o alinhamento das atividades para o ano
Daniela Almeida (novaescola@atleitor.com.br)
O bom planejamento, como você já viu nas primeiras reportagens desta edição especial, envolve toda a rede municipal ou estadual (na definição de objetivos comuns), a comunidade escolar (na definição das metas de cada instituição específica) e, claro, os professores (na definição de como os conteúdos serão trabalhados em sala de aula). Nesse momento, é fundamental ter em mente aonde se quer chegar - ou seja, explicitar as chamadas expectativas de aprendizagem para poder pensar nas melhores formas de trabalhar cada um dos conteúdos (leia nos quadros que acompanham esta reportagem um resumo do que se espera que os alunos saibam ao fim dos cinco primeiros anos, em Língua Portuguesa e Matemática, com base em documentos das secretarias de Educação do estado e do município de São Paulo).
Infelizmente, ainda há poucas redes e escolas trabalhando com expectativas bem definidas. Mas é importante saber que elas nada mais são que a descrição dos conteúdos e das habilidades essenciais a desenvolver em cada disciplina. Além disso, devem mostrar como o domínio de cada conteúdo avança ao longo da escolaridade. Se no 1º ano o aluno precisa saber produzir um texto ditando-o ao professor, as metas para o ano seguinte devem prever qual o próximo passo desse aprendizado (produzir, por conta própria, re-escritas de histórias conhecidas, por exemplo). Em Matemática, as crianças começam a ter contato com tabelas simples no 1º ano - para poder chegar ao 5º interpretando dados de representações com dupla entrada. E assim por diante, em cada disciplina.
Na vida real, essa primeira etapa da definição de conteúdos se dá antes mesmo do início das aulas, quando são identificados os grandes temas a ensinar. Se você vai lecionar para a mesma série que no ano anterior, uma boa estratégia é olhar para trás e observar o que funcionou - e quais objetivos não puderam ser alcançados. Com base nos registros (anotações no caderno, avaliações dos alunos etc.), é preciso avaliar: os conteúdos foram absorvidos pela turma? Consegui cumprir as metas? O que vou fazer diferente para que todas as crianças efetivamente aprendam o que é necessário?
Depois da fase inicial de avaliação diagnóstica, o próximo passo é colocar as novas metas no papel. O que realmente importa é que esse material seja consultado e reavaliado por várias vezes ao longo do ano. O modelo mais tradicional é montar uma lista de conteúdos. Mas você pode construir uma tabela, com colunas dedicadas ao conteúdo, às estratégias de ensino, às ferramentas utilizadas (tipo de material didático) e aos objetivos a serem alcançados.
"Infelizmente, esse exercício é muito menos comum do que deveria em nossas escolas", reforça Marta Nornberg, do curso de Pedagogia do Centro Universitário La Salle, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. "Ainda somos, enquanto professores, profissionais que pouco registram o que projetam realizar. Daí a necessidade de articular uma construção definindo o que se quer (aonde chegar), como fazer isso, o conjunto de estratégias de ensino, por quanto tempo usar cada uma delas e com que profundidade trabalhar os conteúdos" (leia aqui uma reportagem sobre as formas de organizar as aulas).
Marta sugere destrinchar os conteúdos numa grade semanal, variando tanto as atividades de sala de aula como os tipos de lição de casa. Outra sugestão da especialista é fazer com que a tarefa puxe o assunto do dia seguinte de forma a amarrar a continuidade do planejamento. "Cada professor deveria cultivar um diário", afirma Marta. "Ao fim da aula, é enriquecedor o processo de registrar o que foi vivido em sala. E o ideal é relatar em detalhes o desenvolvimento das tarefas, a participação dos alunos, suas próprias reações etc. Só assim é possível ref letir sobre o que foi feito."
À primeira vista, a tarefa pode parecer simples, mas definir os conteúdos curriculares com base nas expectativas de aprendizagem para o ano letivo exige respeitar a sequência dos objetos de ensino. Além disso, é fundamental dominar as didáticas desses conteúdos para conhecer o percurso da turma e, sobretudo, conseguir avaliar os problemas pelos quais os alunos estão passando. Só assim é possível propor exercícios e planos de aula que façam todos avançarem.
Tudo isso sem deixar de lado as características próprias das crianças. "Não podemos esquecer que cada uma é um sujeito, com origem social, cultural e histórica peculiar. Por isso, é bom levantar o máximo de informações sobre a turma antes de dar início ao processo", afirma Marta Marandino, professora de Metodologia do Ensino da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Todo ano, a professora Andrea Maciel usa os primeiros dias de aula para fazer um diagnóstico da turma de 4º ano na EMEF João Belchior Marques Goulart, em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre. "As atividades servem para descobrir a partir de que ponto devo continuar desenvolvendo os conteúdos. Uso essa informação para montar o planejamento, levando em consideração as metas preestabelecidas." Conversar com os colegas para conhecer melhor os alunos é outra iniciativa positiva. "Aqui, na escola, temos um combinado: se alguém percebe que algo não progride, buscamos apoio nos outros professores e na coordenação. Às vezes, eu estou fazendo coisas que são óbvias para mim, mas para os estudantes não. E só alguém de fora consegue identificar essa falha no processo de ensino." Esse espaço para a realização do planejamento coletivo, por disciplina ou por série, está se tornando cada vez mais comum em escolas, pois proporciona a troca de experiências e aumenta o repertório de boas práticas: quais estratégias de ensino funcionaram para tal conteúdo?
Infelizmente, ainda há poucas redes e escolas trabalhando com expectativas bem definidas. Mas é importante saber que elas nada mais são que a descrição dos conteúdos e das habilidades essenciais a desenvolver em cada disciplina. Além disso, devem mostrar como o domínio de cada conteúdo avança ao longo da escolaridade. Se no 1º ano o aluno precisa saber produzir um texto ditando-o ao professor, as metas para o ano seguinte devem prever qual o próximo passo desse aprendizado (produzir, por conta própria, re-escritas de histórias conhecidas, por exemplo). Em Matemática, as crianças começam a ter contato com tabelas simples no 1º ano - para poder chegar ao 5º interpretando dados de representações com dupla entrada. E assim por diante, em cada disciplina.
Na vida real, essa primeira etapa da definição de conteúdos se dá antes mesmo do início das aulas, quando são identificados os grandes temas a ensinar. Se você vai lecionar para a mesma série que no ano anterior, uma boa estratégia é olhar para trás e observar o que funcionou - e quais objetivos não puderam ser alcançados. Com base nos registros (anotações no caderno, avaliações dos alunos etc.), é preciso avaliar: os conteúdos foram absorvidos pela turma? Consegui cumprir as metas? O que vou fazer diferente para que todas as crianças efetivamente aprendam o que é necessário?
Depois da fase inicial de avaliação diagnóstica, o próximo passo é colocar as novas metas no papel. O que realmente importa é que esse material seja consultado e reavaliado por várias vezes ao longo do ano. O modelo mais tradicional é montar uma lista de conteúdos. Mas você pode construir uma tabela, com colunas dedicadas ao conteúdo, às estratégias de ensino, às ferramentas utilizadas (tipo de material didático) e aos objetivos a serem alcançados.
"Infelizmente, esse exercício é muito menos comum do que deveria em nossas escolas", reforça Marta Nornberg, do curso de Pedagogia do Centro Universitário La Salle, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. "Ainda somos, enquanto professores, profissionais que pouco registram o que projetam realizar. Daí a necessidade de articular uma construção definindo o que se quer (aonde chegar), como fazer isso, o conjunto de estratégias de ensino, por quanto tempo usar cada uma delas e com que profundidade trabalhar os conteúdos" (leia aqui uma reportagem sobre as formas de organizar as aulas).
Marta sugere destrinchar os conteúdos numa grade semanal, variando tanto as atividades de sala de aula como os tipos de lição de casa. Outra sugestão da especialista é fazer com que a tarefa puxe o assunto do dia seguinte de forma a amarrar a continuidade do planejamento. "Cada professor deveria cultivar um diário", afirma Marta. "Ao fim da aula, é enriquecedor o processo de registrar o que foi vivido em sala. E o ideal é relatar em detalhes o desenvolvimento das tarefas, a participação dos alunos, suas próprias reações etc. Só assim é possível ref letir sobre o que foi feito."
À primeira vista, a tarefa pode parecer simples, mas definir os conteúdos curriculares com base nas expectativas de aprendizagem para o ano letivo exige respeitar a sequência dos objetos de ensino. Além disso, é fundamental dominar as didáticas desses conteúdos para conhecer o percurso da turma e, sobretudo, conseguir avaliar os problemas pelos quais os alunos estão passando. Só assim é possível propor exercícios e planos de aula que façam todos avançarem.
Tudo isso sem deixar de lado as características próprias das crianças. "Não podemos esquecer que cada uma é um sujeito, com origem social, cultural e histórica peculiar. Por isso, é bom levantar o máximo de informações sobre a turma antes de dar início ao processo", afirma Marta Marandino, professora de Metodologia do Ensino da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Todo ano, a professora Andrea Maciel usa os primeiros dias de aula para fazer um diagnóstico da turma de 4º ano na EMEF João Belchior Marques Goulart, em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre. "As atividades servem para descobrir a partir de que ponto devo continuar desenvolvendo os conteúdos. Uso essa informação para montar o planejamento, levando em consideração as metas preestabelecidas." Conversar com os colegas para conhecer melhor os alunos é outra iniciativa positiva. "Aqui, na escola, temos um combinado: se alguém percebe que algo não progride, buscamos apoio nos outros professores e na coordenação. Às vezes, eu estou fazendo coisas que são óbvias para mim, mas para os estudantes não. E só alguém de fora consegue identificar essa falha no processo de ensino." Esse espaço para a realização do planejamento coletivo, por disciplina ou por série, está se tornando cada vez mais comum em escolas, pois proporciona a troca de experiências e aumenta o repertório de boas práticas: quais estratégias de ensino funcionaram para tal conteúdo?
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM LÍNGUA PORTUGUESA
1º ano
- Fazer intercâmbio oral, ouvindo com atenção e formulando perguntas.
- Ouvir com atenção textos lidos.
- Ler textos conhecidos, como parlendas, adivinhas e canções.
- Conhecer e recontar repertório variado de textos literários.
- Escrever texto de memória de acordo com sua hipótese de escrita.
- Escrever o próprio nome e utilizá-lo como referência para a escrita.
- Conhecer as representações das letras maiúsculas do alfabeto de imprensa.
- Localizar palavras em textos.
- Escrever usando a hipótese silábica, com ou sem valor sonoro convencional.
- Re-escrever ditando textos conhecidos.
- Revisar textos coletivamente, apoiado em leitura em voz alta feita pelo professor.
2º ano
- Participar de intercâmbio oral, ouvindo, perguntando e planejando a fala para diferentes interlocutores.
- Recontar histórias conhecidas, recuperando características da linguagem do texto original.
- Apreciar textos literários.
- Ler, com ajuda, diferentes gêneros.
- Ler, por si mesmo, textos conhecidos.
- Entender o sistema alfabético, mesmo escrevendo com erros ortográficos.
- Escrever alfabeticamente textos que conhece de memória.
- Re-escrever histórias conhecidas, ditando-as ou de próprio punho. Produzir textos simples de autoria.
3º ano
- Participar de situações de intercâmbio oral, ouvindo com atenção, formulando e respondendo a perguntas, explicar e compreender explicações, manifestar opiniões sobre o assunto tratado.
- Apreciar e ler textos literários.
- Ler, com ajuda, textos para estudar (textos de sites, revistas etc.).
- Re-escrever de próprio punho histórias conhecidas, considerando as características da linguagem escrita.
- Produzir textos de autoria utilizando os recursos da linguagem escrita.
- Revisar textos coletivamente com a ajuda do professor ou em parceria com colegas.
4º ano
- Participar de situações de intercâmbio oral que requeiram ouvir com atenção, intervir sem sair do assunto tratado, formular e responder perguntas justificando respostas, explicar e compreender explicações, manifestar e acolher opiniões, fazer colocações considerando as anteriores.
- Apreciar textos literários.
- Selecionar, em parceria, textos em diferentes fontes para a busca de informações.
- Localizar, em parceria, informações nos textos, apoiando-se em títulos e subtítulos, imagens e negritos, e selecionar as que são relevantes.
- Ajustar a leitura ao propósito e ao gênero.
- Re-escrever e/ou produzir textos de autoria com apoio do professor.
- Revisar textos coletivamente com a ajuda do professor, prestando atenção nos aspectos de coerência, coesão e ortografia.
5º ano
- Participar de situações de intercâmbio oral que requeiram ouvir com atenção, intervir sem sair do assunto, formular e responder a perguntas justificando respostas, explicar e compreender explicações, manifestar e acolher opiniões, argumentar e contra-argumentar.
- Participar de situações de uso da linguagem oral utilizando procedimentos da escrita para organizar a exposição.
- Apreciar textos literários.
- Selecionar textos de acordo com os propósitos de leitura, antecipando a natureza do conteúdo e utilizando a modalidade de leitura mais adequada.
- Utilizar recursos para compreender ou superar dificuldades de compreensão durante a leitura.
- Re-escrever e produzir textos utilizando procedimentos de escritor.
- Revisar textos, próprios e dos outros, em parceria com colegas, com intenção de evitar repetições, ambiguidades e erros ortográficos e gramaticais.
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM MATEMÁTICA
1º ano
- Ampliar o conhecimento dos números e contar oral e mentalmente objetos.
- Usar estratégias pessoais para resolver problemas com as quatro operações.
- Indicar o número certo quando houver poucos objetos.
- Ler mapas e plantas baixas simples.
- Identificar e representar semelhanças e diferenças entre formas geométricas.
- Montar e desmontar embalagens tridimensionais.
- Usar o calendário.
- Comparar, identificar e estimar grandezas (comprimento, massa, temperatura e capacidade) e iniciar o uso de instrumentos de medidas.
- Começar a usar e a fazer tabelas simples.
2º ano
- Realizar contagem oral.
- Saber regras do sistema numérico.
- Ler e produzir escritas numéricas.
- Ampliar o uso de estratégias pessoais nas quatro operações.
- Saber resultados de memória.
- Usar diversas estratégias de cálculo.
- Localizar-se em espaços menos conhecidos e mais amplos.
- Identificar e representar diferentes formas geométricas.
- Realizar organização temporal com uso do calendário.
- Utilizar sistemas de medidas convencionais.
- Ampliar o conhecimento de grandezas e o uso de instrumentos de medidas.
- Fazer tabelas e gráficos de colunas.
3º ano
- Utilizar o sistema numérico em sua forma convencional.
- Articular melhor os números em estratégias de cálculo mental.
- Usar técnicas convencionais de adição e subtração.
- Começar a sistematizar algoritmos (conta armada).
- Ampliação do uso das operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.
- Interpretar representações do espaço.
- Aprimorar o uso da linguagem específica para figuras e formas.
- Saber ver as horas.
- Utilizar o sistema métrico (convencional ou não) com mais precisão.
- Aprimorar o uso de tabelas simples e usar gráficos com colunas e barras.
4º ano
- Realizar contagens crescentes e decrescentes com números naturais.
- Realizar cálculos aproximados.
- Reconhecer, usar, comparar e ordenar números racionais.
- Explorar os significados das frações.
- Saber resultados de contas de multiplicação de memória.
- Fazer operações de números naturais com estratégias pessoais e operações convencionais.
- Identificar posição e movimentação em malha quadriculada.
- Reconhecer semelhanças e diferenças entre figuras geométricas.
- Reconhecer planificações e identificar formas planas de figura tridimensional.
- Compreender e calcular o perímetro.
- Reconhecer e usar unidades de medida.
- Utilizar o sistema monetário brasileiro.
- Interpretar dados de tabelas simples e de dupla entrada e de gráficos de colunas, barras e linhas.
5º ano
- Compreender e usar as regras do sistema de numeração decimal para leitura, escrita, comparação e ordenação de números naturais.
- Explorar diferentes significados das frações.
- Escrever, ler, comparar e ordenar números racionais.
- Resolver problemas nas quatro operações, usando estratégias pessoais, convencionais e cálculo mental.
- Usar porcentagens.
- Explorar a idéia de probabilidade.
- Descrever, interpretar e representar a localização e a movimentação de uma pessoa ou um objeto.
- Reconhecer poliedros e identificar relações entre faces, vértices e arestas.
- Utilizar unidades comuns de medida em situações problema.
- Calcular perímetros e áreas.
- Usar unidades de medidas de área.
- Interpretar e construir tabelas simples, de dupla entrada, gráficos de colunas, barras, linhas e de setor.
Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA Planejamento Sim e Não: Um Modo de Agir num Mundo em Permanente Mudança, Francisco Whitaker, 158 págs., Ed. Paz e Terra, tel. (11) 3337-8399, 31 reais
ORGANIZAÇÃO DO TEMPO PEDAGÓGICO E O PLANEJAMENTO DO ENSINO
PLANEJAMENTO É…
1. Planejamento é processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas. O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações (PADILHA, 2001, p. 30).
2. Planejar, em sentido amplo, é um processo que “visa a dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios que apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro”. Mas considerando as condições do presente, as experiências do passado, os aspectos contextuais e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e político de quem planeja e com quem se planeja. (idem, 2001, p. 63).
Planejar é uma atividade que está dentro da educação, visto que esta tem como características básicas: evitar a improvisação, prever o futuro, estabelecer caminhos que possam nortear mais apropriadamente a execução da ação educativa, prever o acompanhamento e a avaliação da própria ação. Planejar e avaliar andam de mãos dadas.PLANO DE AULA É…
1. Planejamento é processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas. O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações (PADILHA, 2001, p. 30).
2. Planejar, em sentido amplo, é um processo que “visa a dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios que apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro”. Mas considerando as condições do presente, as experiências do passado, os aspectos contextuais e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e político de quem planeja e com quem se planeja. (idem, 2001, p. 63).
Planejar é uma atividade que está dentro da educação, visto que esta tem como características básicas: evitar a improvisação, prever o futuro, estabelecer caminhos que possam nortear mais apropriadamente a execução da ação educativa, prever o acompanhamento e a avaliação da própria ação. Planejar e avaliar andam de mãos dadas.PLANO DE AULA É…
Plano de aula é um documento utilizado pelo professor para elaborar o seu dia letivo, para o registro de decisões do tipo: o que se pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer, como quem fazer. Para existir plano é necessária a discussão sobre fins e objetivos, culminando com a definição dos mesmos, pois somente desse modo é que se podem responder as questões indicadas acima.O plano é a “apresentação sistematizada e justificada das decisões tomadas relativas à ação a realizar” (FERREIRA apud PADILHA, 2001, p. 36). Plano tem a conotação de produto do planejamento.Plano de aula é um “guia” e tem a função de orientar a prática do professor, partindo da própria prática e, portanto, não pode ser um documento rígido e absoluto. Ele é a formalização dos diferentes momentos do processo de planejar que, por sua vez, envolve desafios e contradições.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
quarta-feira, 1 de junho de 2011
O GIGOLÔ DAS PALAVRAS
Luís Fernando Veríssimo
Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com as suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa (“Culpa da revisão! Culpa da revisão!”). Mas, os alunos desfizeram o equivoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.
Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo, mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, comover... mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática). A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua, mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.
Claro que eu não disse tudo isso para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas – isto eu disse – vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão dispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas a exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que os outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho também o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.
Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-se com a deferência de um namorado ou com a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção de lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda. (O grifo é meu)
Retirado de: MIRANDA, Adriano Pereira de. O lugar da gramática no ensino de língua portuguesa: uma abordagem crítica e reflexiva. Guaraí: FUNDEG/FAG, 2005, p. 5, 6.
Retirado de: MIRANDA, Adriano Pereira de. O lugar da gramática no ensino de língua portuguesa: uma abordagem crítica e reflexiva. Guaraí: FUNDEG/FAG, 2005, p. 5, 6.
A avaliação Interna e Externa: uma relação complementar
Avaliar é refletir sobre uma determinada realidade, visto que os dados e informações gerados pela avaliação possibilitam um julgamento que conduz a uma tomada de decisão.
No âmbito da escola, ocorrem dois processos de avaliação muito importantes, os quais se complementam: a avaliação interna, realizada pelo professor, voltada para o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem e a avaliação externa, que avalia o desempenho de um conjunto de estudantes agrupados por escola ou por sistemas.
Em sala de aula, a fim de avaliar o processo de aprendizagem de seus estudantes, tomados individualmente, os professores podem e devem utilizar diversos instrumentos como, por exemplo, trabalhos em grupo ou individuais, testes ou provas, com questões de múltipla escolha ou questões abertas, dramatizações, observação, relatórios. Esses instrumentos apresentam características diferentes, mas têm em comum o fato de que, por meio deles, é possível avaliar a particularidade sobre o progresso de cada estudante e, ao final do ano, atribuir-lhes uma nota que varia de 0 a 100 pontos.
As avaliações em larga escala, de natureza externa, utilizam, mais freqüentemente, testes compostos por itens de múltipla escolha por meio dos quais apenas uma habilidade é avaliada.
No âmbito escolar, a avaliação externa fornece informações para que gestores da escola e professores possam realizar um diagnóstico nas áreas em que atuam e planejar ações educativas mais eficientes.
No âmbito da gestão do sistema, a partir dos resultados, governantes e gestores passam a ter dados que os orientarão tanto no redirecionamento de trajetórias quanto no planejamento de ações mais específicas.
Na avaliação em larga escala, apesar de os resultados poderem ser dados individualmente, seu foco é todo o sistema educacional avaliado: a turma, a escola, a regional, o estado.
A importância da avaliação externa hoje:
- Distância ou a diferença entre o que a escola tradicionalmente ensina e como ensina, e o que as mudanças sociais exigem que ela ensine (a sociedade muda mais depressa que a escola, a clientela mudou);
- A distância entre aquilo a que já chegaram os conhecimentos científicos e o que a escola continua a ensinar;
- Evidenciar às escolas e ao sistema que competências e habilidades os alunos deveriam ter, ao final de determinado período de escolarização e, em decorrência, que conhecimentos, que habilidades as escolas deveriam estar desenvolvendo;
- Identificar níveis de aprendizagem dos alunos;
- Mostrar os objetivos a perseguir, o padrão pelo qual se orientar;
A Prova Brasil e o SAEB são dois exames complementares que compõem o Sistema de Avaliação da Educação Básica.
O SAEB acontece a cada dois anos, para uma amostra representativa de alunos de 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio, das escolas públicas e privadas, localizadas em áreas urbanas e rurais.
A Prova Brasil também acontece a cada dois anos, mas avalia todos os alunos de 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental, da rede pública, localizadas em área urbana.
O ENEM é um exame individual de caráter voluntário, oferecido aos estudantes que estão concluindo ou que já concluíram o Ensino Médio em anos anteriores.
O órgão responsável de disponibilizar os resultados da Prova Brasil, SAEB, ENEM é o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira - INEP, através do site: www.inep.gov.br.
Provinha Brasil
A Provinha Brasil é uma avaliação diagnóstica aplicada aos alunos matriculados no segundo ano do ensino fundamental (todos os alunos da rede pública de ensino). A intenção é oferecer aos professores e gestores escolares um instrumento que permita acompanhar, avaliar e melhorar a qualidade da alfabetização e do letramento inicial oferecidos às crianças.
A partir das informações obtidas pela avaliação, os professores têm condições de verificar as habilidades e deficiências dos estudantes e interferir positivamente no processo de alfabetização, para que todas as crianças saibam ler e escrever até os oito anos de idade, uma das metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).
A Provinha Brasil pode ajudar na melhoria da qualidade da educação na medida em que contribui para que o professor identifique possíveis dificuldades na aprendizagem dos alunos e, assim, planeje ações para superá-las. Por meio da aplicação, correção e análise das respostas, é possível saber quais aspectos priorizar e a quais assuntos dedicar mais atenção no decorrer das aulas.
Com os resultados, também é possível incrementar o planejamento do currículo das redes de ensino e os programas de formação continuada dos professores que trabalham com alfabetização, além de possibilitar intervenções pedagógicas em tempo oportuno.
A Provinha Brasil diferencia-se das demais avaliações realizadas no País pelo fato de fornecer respostas diretamente aos alfabetizadores e gestores da escola, reforçando a sua finalidade de ser um instrumento pedagógico sem fins classificatórios.
Os resultados da Provinha Brasil não são utilizados diretamente na composição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb. O desejável é que ela seja utilizada com o intuito de orientar as ações políticas e pedagógicas que poderão, em conjunto com outras iniciativas, melhorar as práticas pedagógicas e, consequentemente, o Ideb de estados e municípios a médio e longo prazos.
AVALIAÇÕES ESTADUAIS E MUNICIPAIS
SIMAVE
O Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública, SIMAVE. Criado em 2000.
A partir de 2003, o SIMAVE foi aperfeiçoado e ampliado. Desde a instalação do sistema, avaliações anuais são realizadas em Minas Gerais, verificando o desempenho de alunos das redes Estadual e Municipal de ensino.
Escolas das redes Estadual e Municipal de Minas Gerais participam do SIMAVE. Dessa forma, alunos das primeiras séries do Ensino Fundamental bem como os do 3º ano do Ensino Médio são avaliados. Três diferentes programas compõem o SIMAVE: o PROALFA, o PROEB e o PAAE.
PROALFA
O Programa de Avaliação da Alfabetização, PROALFA, cuja primeira avaliação ocorreu em 2005, verifica os níveis de alfabetização alcançados pelos alunos do 3º ano e 4º ano do Ensino Fundamental da Rede Pública e indica intervenções necessárias para a correção dos problemas encontrados.
PROEB
O Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica, PROEB, é um programa de avaliação da educação básica que tem por objetivo avaliar as escolas da Rede Pública, no que concerne às habilidades e competências desenvolvidas em Língua Portuguesa e Matemática. Não se trata, portanto, de avaliar individualmente o aluno, o professor ou o especialista. O PROEB avalia alunos que se encontram no 5º ano e 9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio. O SIMAVE-PROEB é realizado desde 2000.
PAAE
O Programa de Avaliação da Aprendizagem Escolar, PAAE, é formado por um sistema informatizado de geração de provas e emissão de relatórios de desempenho por turma. Esse programa fornece dados diagnósticos para subsidiar o planejamento do ensino e suas intervenções pedagógicas.
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado em 2007 para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. O indicador é calculado com base no desempenho do estudante em avaliações do Inep e em taxas de aprovação. Assim, para que o Ideb de uma escola ou rede cresça é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente a sala de aula.
O índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, tenha nota 6 em 2022 – correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos.
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